domingo, 18 de dezembro de 2011

Houve uma vez 2 trovões


Uma produção Tênis de Rua.


Você vai se emocionar com uma história muito melhor que a do Jorge Furtado. Tinha tudo para dar certo, mas o imponderável aconteceu, interferindo nos planos.

Alegria, conflito e no final...

Calma, estamos só no começo.


É domingo. Dia de tênis.

Mas não um dia comum. Hoje estava marcado o encontro de final de temporada 2011 dos tenistas de rua de Porto Alegre.

Era para ser

Manhã, 11 horas. Sol na capital gaúcha. Estamos na Praça Desembargador La Hire Guerra, no bairro Três Figueiras. Somos em torno de 15 tenistas. Estamos animados. O encontro é o primeiro nesta quadra para um churrasco depois de um ano em que estivemos afastados do local. Na quadra, duas duplas já disputam um jogo. Fora, armamos uma churrasqueira improvisada.

É um dia de festa.

Celebra nosso 2011, por terminar. Felicita cada um por mais um Natal e Ano Novo.

Termina o primeiro jogo. É quase meio-dia. Entramos nós na quadra para a próxima partida.

"-Vâmo botá fogo!" 
"-É, já podemo começá a assá a carne." 

(Ninguém é analfabeto. Isto é apenas opção pelo coloquial, tennis lover.)

Tudo corre bem. Até o sol, um pouco forte, se esconde em algumas nuvens e deixa o momento mais agradável.

Porém, atrás do arvoredo, longe da visão, algo trama, está para ocorrer e vai mudar tudo.

O primeiro trovão


Escurece rápido sobre a região da cidade. Do oeste, onde está o Guaíba, eleva-se um f1lh% da p*t@ de um toró.

E vem o primeiro trovão.

Com ele cai a chuva.

"-Já vai passá! É só uma nuvem."
"-Não tem previsão de chuva pra hoje."


Não tinha.
Choveu. E choveu mais. Choveu muito. Foram 10 minutos de um temporal localizado. A nossa árvore guarda-sol virou guarda-chuva.



E a quadra, bom a quadra ficou com uma lâmina d´água, mais parecendo um banhado.

"-Vâmu fazê o quê?!"
"-Vâmu alugá uma quadra." 
"-Será que tem?" 



Essa pergunta inquieta. Domingo, já 12h20. É praticante impossível conseguir um horário.

"-Vou ligá. ... Consegui!"


O improvável, pela segunda vez acontece. Então, novamente a surpresa.

O segundo trovão


Chove ainda. Mas o segundo trovão anuncia que o temporal passa. No entanto, tudo está molhado.

"-Ô meu, tá abrindo sol. Vâmu ficá."
"-Não dá, a quadra tá encharcada. Só vai estar boa lá pelas quatro da tarde." 
"-Tu vai?"
"-Vô!"
"-Eu não vô."
"-Vâmo nóis então."




E sem perder tempo. O destino sorria tímido, mas sorria, Havia quadra, com churrasqueira. Marchamos para o HD zona leste. Jogamos, 4 duplas. Dois jogos para cada em 2 quadras, com equilíbrio e vitórias se alternando.






Almoçamos e finalmente confraternizamos. Só que nem tudo está acabado.







Nos damos conta que são ainda 15 horas. Temos apenas duas horas de quadra alugada.







E domingo, bom, domingo é dia tênis, bebê.

O alfa e o ômega


O princípio e o fim.
Onde tudo começa e termina.

Se o Senhor do Destino nos brinda com chuva, nos compensa com sol. Pois neste mundo, nada é perene.

"-E vô pra 24."
"-Não, vâmu pro La Hire."


Outra celeuma. Considera, argumenta e decide: vamos para a La Hire.

Lá, onde tudo começou.

"-Que hora são?"
"-Quatro e vinte e três." 


Sim, como o previsto. Quatro da tarde, com sol e quadra seca.



Estamos de volta. Como um eterno recomeço. Num dia que resume os anos, que resume a vida. Que nos mostra o poder das intenções, a mobilização da vontade, a execução dos projetos. Quando você traça sua meta e no meio do caminho, o inesperado faz tudo mudar. Então, como diante de uma bola difícil, você improvisa e vira o jogo.




Tinha que ser assim.

Quantas vezes, em 2011, tivemos momentos com este no convívio com a família, nos desafios do trabalho, nas resoluções íntimas. Por tantas vezes, obstáculos fizeram parecer que tudo estava realmente ameaçado e ainda sim, encontramos soluções. Em muitos destes instantes, contamos com a nossa própria força e com o apoio dos amigos, dos parentes e até mesmo de desconhecidos solidários que nos mostraram o que fazer. Foi assim neste ano que termina, nos outros que passaram antes e nos próximos que virão.

Por isto, mesmo sem ter a ciência do futuro, possuímos a criatividade, o desejo do sucesso e a energia dos companheiros para seguir sempre adiante, quebrando os serviços do destino, marcando winners em nossas existências até o tie break final.

Desta maneira, encerramos agradecendo a cada um pelo 2011 e desejando um 2012 de paz, saúde e infinitas bolas vencedoras para todos, nas quadras e na vida, tennis lovers!

Vou parar para não chorar... snif...

C´mon, 2012!!!!

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