domingo, 29 de setembro de 2013

Chora, neném

O tênis não é duelo.

Mas, às vezes, parece um. Civilizado, não tira a vida de ninguém.
Porém, pode ferir a honra, tennis lover.

Em alguma quadra pelo mundo, neste momento, alguém está acusando outro alguém de desonestidade. Mesmo que indiretamente, está.

Ocorre quando um jogador duvida de outro de modo a fazer com que este outro pense que está sendo acusado de agir deliberadamente para tirar proveito de uma situação.

É comum na marcação de bolas próximas às linhas.

E isto incomoda, principalmente o nervosinho.

C´est moi

Posso dizer que é meu perfil emocional no tênis.

Não gosto de nada que me agrida e minha reação é a irritação.
E pouca coisa me agride mais do que ser suspeito de desonestidade.


Isto ocorre porque defendo quase que de modo canino a inocência presumida. Ou seja, ninguém é culpado até que a culpa seja provada. E no tênis é difícil isto. Então, procuro ser justo, mesmo contra mim, e acabo esperando que os outros sejam também. Que não pensem que uma marcação minha contra o adversário seja intencional quando ela parece ser duvidosa.


Minha boa intenção não impede meus erros. Posso não ver bem uma bola. Neste caso, a marcação é por incapacidade, não por falha de caráter. E se ela for realmente como marquei, por um melhor posicionamento na jogada, por exemplo, duvidar de mim sem ter condição, por estar longe do ponto de contato na quadra ou só por achar que foi muito perto, acaba, em alguns casos, me deixando nervosinho.

Especialmente se a marcação é feita pelo oportunista.

Se dando bem

O oportunista é aquele jogador gente boa, que não compra briga com ninguém, mas, se tiver uma chance de levar vantagem numa situação, ele leva.

É o tipo de tenista que aquela bola no limite, se o favorece, ele defende a marcação conforme a conveniência. Canta fora quando é do adversário e boa quando é sua. Ele sabe que é uma bola difícil, então se aproveita.

Ele faz isso contra você e a seu favor, quando estão jogando uma dupla juntos, por exemplo.


Então, você que vê acontecer, sabe como ele é e entende que este tipo de jogador não tem moral para pressionar em marcações duvidosas, ainda mais em partidas disputadas, quando o detalhe pode decidir.




Porém, o oportunista está lá.
E se ele estiver jogando ao lado do chorão, ele vai ter várias situações para entrar em ação.

Lágrimas nos olhos



Chora, neném.

É o que faz o chorão em quadra.

Ele é do tipo que não faz por mal, mas reclama de modo contumaz. Sempre vai ter aquela bola que ele desacredita, erra por falta de capricho ou excesso e ainda assim pensa que deveria ter acertado.

O chorão, quase sempre é um jogador que lida mal com os próprios erros. Não admite falhar tão facilmente.

Se a bola dele, que parecia tão eficiente, saiu por um detalhe, ele não acredita que a marcação do adversário foi ainda melhor e flagrou aqueles dois centímetros que saíram, o popular "saiu por um dedo."

O chorão reclama o ponto e é o que o oportunista precisa para pressionar a marcação, armar uma situação e irritar o nervosinho, que marcou o que viu, e viu fora.

Na paz

O pessoal acha que tênis é coisa fácil...

Ele é uma escola de civilidade para todos.

O nervosinho aprende que por mais que ele ame a justiça e tente ser correto, ele sofrerá injustiças e precisará lidar com elas. Ninguém agrada a todos e é visto como um cara do bem por todos, com seus defeitos, mas em esforço para acertar. Tem gente que não está nem aí.

O oportunista tem a chance de perceber que os outros observam o seu comportamento, nem sempre legal. Se ele se importar com o julgamento alheio, terá a oportunidade de ser mais ético no jogo e evitar situações que o favoreçam ao custo do prejuízo dos demais.

O chorão pode ver nestes momentos um caminho aberto para dar aos outros jogadores o crédito por acertos tão bons ou melhores do que ele mesmo é capaz. Quando o adversário tem mais sucesso, não significa que ele tirou algo que o chorão entenda que era seu por um decreto que só existe na cabeça dele.

O tênis é uma aula de convivência e ensina que apesar das diferenças, todos podem vencer na paz.

C´mon!

imagens: maniacplanet, mundohq, celsolungaretti, imagens,us

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

É uma paita pichona

Choveu muito nos últimos dias de agosto no Rio Grande do Sul, tennis lover.

A água toda que caiu provocou enchentes em diferentes cidade da Grande Porto Alegre. Interditou parcialmente rodovias, atrapalhou negócios e, o que é pior, fez famílias deixarem suas casas. Os prejuízos foram imensos.



Em Alvorada, município vizinho à capital gaúcha, já são 11 dias de alagamentos e a previsão é de que a água demore ainda mais de uma semana para baixar totalmente.


Banhado

Segundo Osmar Ribas, o Véio (foto), como chamamos, a chuva passada provocou os piores estragos que ele já viu na quadra da La Hire Guerra em décadas.


A quadrinha, onde jogamos, ficou um banhado e precisou uma semana para o piso secar a admitir reparo.


Ontem fomos lá para dar uma guaribada.




Varrer folhas e juntá-las, tapar buracos, raspar o barro compactado e botar um pouco de pó.


Trabalhamos à tarde no que deu.

Um cansaço.





O Véio até desmunhecou de tanto varrer.



Como diz o alemão, "é uma paita pichona esse Féio!"

#bullying

C´mon!




fotos: O Alvoradense, Tênis de Rua