
Estamos de volta ao Parque Germânia, tennis lover.
As quadras, reinauguradas na quinta-feira, 22/12/11, já recebem os tenistas que estiveram afastados do local por pelo menos 15 dias, desde que houve a interdição das duas canchas para a devida reforma. No piso foi aplicada uma manta de cimento para tornar uniforme a superfície, a pintura azul, semelhante a anterior e redes novas foram colocadas.
Aos envolvidos no trabalho, desde a reivindicação até o final da execução, fica o grato reconhecimento dos tenistas.
Algo a ser dito
O momento poderia ser melhor desfrutado pelos frequentadores do parque.
No entanto, uma suave discordância política está provocando certos desentendimentos, digamos assim.
Há quem entenda que o trabalho foi resultado do empenho praticamente exclusivo de um grupo de representantes dos jogadores e que esse grupo tem o mérito pela obra e tudo o que pode advir disso.
A reforma das quadras teve como estímulo a reivindicação dos tenistas do parque e ninguém pode deixar de reconhecer este esforço. Porém, a obra viria a ocorrer, mais hoje, mais amanhã, com a solicitação deste ou daquele, pela necessidade da mesma. Seria isso ou o abandono. Trata-se de um espaço público sob administração do município e da empresa construtora concessionária da área. São eles os responsáveis pela manutenção geral - iluminação, bancos, lago, gramado, banheiros, quadras esportivas.
O estímulo dos tenistas acelerou o processo.
A ele se juntou o interesse dos moradores do bairro que por meio de uma associação contribuem para a conservação do espaço.
Aliás, a raiz do problema está justamente em ter deixado o piso tanto tempo sem reparos. E reformar a quadra não é de competência dos jogadores. Eles, amantes do tênis, são os primeiros a zelar pelas canchas, mas não podem reformá-las.
A burocracia e um pouco de desinteresse que pode ter havido, permitiram que o desgaste das quadras ocorresse sem freios, comprometendo-as. E assim como a prefeitura, pelos seus departamentos competentes, é responsável pelas galerias de água da chuva, por manter vias transitáveis na cidade, ela e seus eventuais parceiros são os que possuem a atribuição de manter praças e equipamentos esportivos municipais em condições.
Portanto, a reforma das quadras do Parque Germânia foi o cumprimento do esperado pela gestão da cidade. Merece agradecimento, mas não foi favor, foi dever executado pelo bem da cidadania.
Estas quadras, que são de todos e por todos devem ser apreciadas, usufruídas e cuidadas, não devem servir de palanque político para pretensões particulares, vaidades ou outros interesses menores.
(foto ao lado - Diego Uchôa)
Faça seu próprio julgamento
Em uma conversa com um funcionário diretamente envolvido com o setor de obras do parque, o Tênis de Rua soube que no ano passado a água fora cortada do bebedouro localizado no playground por meses por determinação desta pessoa. Segundo ele, foi uma medida punitiva à população por causa dos frequentes danos provocados ao bico de água. Disse que já haviam gasto tanto em reformas e que, se os usuários não cuidavam, ficariam sem beber.
Ora, essa lógica é perversa.
O usuário não paga pelo serviço?
Quem pode deliberar e determinar isso, como um juiz da sociedade?
E se os médicos do Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre, parassem de atender acidentados só porque eles cometeram imprudências no trânsito?
E se a polícia parasse de fazer a segurança pública só porque os criminosos insistem em ser bandidos?
O princípio é o mesmo: a população quebra, logo fica sem água.
Isso não é educativo, e por isso, irresponsável. O correto seria fiscalizar, orientar e penalizar o infrator, não o inocente. Como não conseguem, argumentam que não possuem servidores o suficiente, que não podem cuidar o tempo todo, que não há orçamento suficiente.
Isto é problema de gestão.
Que a gestão resolva.
O que não dá é para tratar o que é público de modo arbitrário, com meias soluções.

Sobre a qualidade das reformas nas quadras, faça seu próprio julgamento, tennis lover.
Segundo jogadores com os quais conversamos, na quadra 1 há áreas do piso com bolhas abaixo da superfície. Poderá a camada superior descolar, abrir um buraco? Em quanto tempo? Na quadra 2, há rachaduras com sinais de umidade presente e o cimento já está soltando. Vai aguentar o peso do clima?
Com a palavra, os construtores.
O Tênis de Rua está aberto ao contraditório. Não seria diferente, pois é um espaço democrático, mas independente e que representa o interesse geral dos tenistas.
Não serve para lisonjas vãs.