sexta-feira, 3 de maio de 2013

O lugar dele

O pessoal vai chegando.

As duplas são organizadas entre os que estão na espera e os jogos vão saindo.

É quase sempre assim para quem joga tênis na quadra pública.
Mas, às vezes, alguém organiza os próprios jogos entre os tenistas que aguardam, convidando alguns, não convidando outros para formar parcerias.

Então, pode vir o protesto:

"O Djobi-Djoba está escolhendo com quem jogar!
Quem ele pensa que é??!!" 

Ele pode não pensar nada, tennis lover.
Depende de como se vê a questão.

A lei do mais fraco

Quem tem um nível de tênis mais competitivo, prefere jogar com jogadores que apresentem desenvolvimento semelhante. As partidas são mais equilibradas, a disputa é mais intensa, a dificuldade maior, requer mais exigência técnica e, com isso, a satisfação vem antes do resultado final do jogo: mais do que vencer, é bom ter praticado um bom tênis enquanto se esteve em quadra.

Por esta razão, jogadores mais avançados procuram parcerias afinadas quando o grupo está muito heterogêneo. Em outras palavras, quando tem um ou outro que jogam menos, eles podem ser deixados de lado na hora de fechar as duplas entre os que jogam mais.

Claro que nem sempre é assim.
O acordo tácito é não discriminar.

Todos jogam juntos.

Porém, se a diferença de habilidade é grande, quem joga mais pode ficar desmotivado, frustrado em quadra.

Só quem joga menos se diverte.

Corre que nem um louco em tudo o que é bola.
Para ele, tudo é lucro.

Para o outro, é um tédio.

Não tem disputa e o set não vale coisa alguma.
Nem ganhar, nem perder.
É só um jogo na praça sem a menor graça.

Não tem nem o bom tênis pelo qual se aspira suar.
O resultado, para quem joga mais, nestes casos, é o mesmo que nada.

Então, o jogador iniciante pode perguntar:

"Por que ele não é humilde e joga comigo?"

A resposta pode vir com outra pergunta:

"Por que o jogador menos habilidoso não pode ser ele humilde e procurar fechar parceria com aqueles com nível parecido com o dele?" 

Havendo equilíbrio entre os jogadores, de simples ou de duplas, o jogo de tênis fica mais interessante para todos. Por esta razão há categorias.

A questão não é de humildade.
É de bom senso.

Esta deve ser a lei do mais fraco e também do mais forte no tênis inclusivo.

Por isto que, de modo geral, todos jogam, independente do nível, contra todos na quadra pública.

Mas você já sabe, tennis lover, se alguém estiver escolhendo jogos ou não demonstrando empenho em partidas desinteressantes, é direito dele tanto quanto é o seu dever respeitá-lo.

Afinal, ele não quer o lugar que é seu.

Ele quer o lugar que é dele.

C´mon!

imagem: minispyquipment, tennis.com.au

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